quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

urgentemente

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão, crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar a alegria,
multiplicar os beijos, as searas, é urgente
descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

[Eugénio de Andrade]


1 comentário:

António Maia disse...

visione...
Poema mais lindo!
Obrigado!