Ó senhor da loja, já que a vida é curta
diga-me lá, se souber, quantos metros tem a dor
E já que ainda por cima, a vida é pesada
diga-me lá, se puder, quantos quilos tem o amor
E já que a paciência, tem os seus limites
diga-me lá quantos são, que é p'ra eu saber se espero ou não
quando for desesperar
(...)
Ó senhor da loja, já que a vida é bela
diga-me lá se souber, em que espelho a devo olhar
Mas se por outro lado, diz que a vida é dura
arranje-me aí, se tiver um capacete p'ra eu marrar
E já que a vida é feita de pequenos nadas
guarde-me aí quatro ou cinco que é p'ra quando for domingo
eu os poder saborear
(...)
Ó senhor da loja, já que a vida é breve
arranje-me aí os ponteiros dum relógio que atrasar
E já que no fundo vai tudo dar ao mesmo
diga-me se o mesmo é mesmo tudo o que ainda vai mudar
E já que é preciso deitar contas à vida
desconte-me aí os meses em que apenas fiz às vezes
doutro que não era eu
[Sérgio Godinho]
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário